Se visitarmos um shopping ou um centro comercial em nossa cidade, certamente veremos, nesta época, as lojas decoradas com muitos ovos coloridos, coelhos e chocolates em diversos formatos. Percebemos, aí, que a páscoa está chegando. Mas será que a páscoa pode ser resumida em um feriado qualquer em que trocamos e consumimos muitos e deliciosos doces?
OS SÍMBOLOS DA PÁSCOA
O Ovo de Páscoa – O ovo nem sempre simbolizou a Páscoa. Na antigüidade, os egípcios e os persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e os presenteavam aos seus amigos durante a festa que ocorria no início da primavera. Vários povos do norte da Europa mantiveram estas tradições pelos séculos que se passaram. Por mais que a tradição de presentear com ovos coloridos fosse combatida pela Igreja Católica, esta não pode impedir sua continuidade. Por fim, durante a Idade Média, a Igreja Católica, que tinha medo de perder fiéis e com a intenção de cristianizar os pagãos, aderiu aos ovos como símbolos do Novo Nascimento, representando a Páscoa. O Coelho da Páscoa – A mesma coisa aconteceu com o coelho que para alguns povos da Antigüidade o consideravam símbolo da Lua, que, para eles, era uma divindade. A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho “visitava as criancinhas”, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.
O Chocolate na Páscoa – A história do chocolate tem seu início com as civilizações dos Maias e Astecas, que o consideravam como algo sagrado, tal qual o ouro. O chocolate era consumido como bebida alcoólica, e era muito utilizado no culto aos seus deuses. Foi levado à Europa no século XVI, tornando-se popular rapidamente entre as classes dominantes. Era considerado como alimento afrodisíaco e dava vigor aos que o consumiam. Não havia festas entre ricos nas quais não houvesse esta bebida, inclusive na Páscoa. Os bombons e ovos, como conhecemos, surgem no século XX, com o processo de industrialização.
A PRIMEIRA PÁSCOA
MOISÉS – Você já ouviu este nome? A história da primeira Páscoa tem tudo a ver com este grande personagem. Se você lembrou da história, deve saber que quando ele nasceu foi colocado no Rio Nilo dentro de um cestinho, sendo que foi achado e adotado pela filha de Faraó, que não tinha leite para alimentá-lo e que escolheu uma das mulheres que perdera seu filho para amamentá-lo, sendo que, a mulher escolhida era a própria mãe de Moisés. Assim, este menino, Moisés, foi criado conhecendo dois mundos totalmente opostos: de um lado estava Faraó com sua dezena de deuses e do outro sua mãe e seu povo israelita com seu único Deus. O povo de Moisés, os hebreus ou israelitas, eram escravos de Faraó há mais de duzentos anos.
Oitenta anos após seu nascimento, e depois de ter recebido uma visita de Deus no deserto, Moisés foi ser usado por Deus para tirar seu povo das garras de Faraó. E cada vez que Moisés falava com o rei do Egito e este não liberava o povo de Israel uma nova praga sobrevinha ao Egito. Nove pragas já haviam ocorrido até que Deus apresentou a Moisés a última praga e disse que com ela viria a PÁSCOA.
Deus avisou Moisés que durante aquela noite passaria um anjo e feriria o filho mais velho de cada casa da terra do Egito, exceto daquelas em que houvesse sangue de cordeiro nas vergas das portas. O sangue do cordeiro seria por sinal de que naquela casa habitavam pessoas que queriam ser salvas da morte e da escravidão. Além disso, este cordeiro deveria ser um cordeiro perfeito, PURO. E dele deveriam se alimentar todos. E no outro dia pela manhã, enquanto houvesse luto no Egito, deveriam fugir rapidamente para o deserto com todos os seus bens. E assim ocorreu.
O povo passou três dias caminhando no deserto. Quando chegaram à beira do Mar Vermelho, perceberam que o exército de Faraó estava vindo para fazê-los retornar. Mas Deus mandou Moisés apontar seu cajado para o mar e o mar se abriu. O povo atravessou e, quando o exército de Faraó tentou atravessá-lo, o mar se fechou e todos morreram afogados.
Por fim, até os dias atuais, os descendentes do povo judeu comemoram esta data, a sua PASSAGEM (o Pessach, a Páscoa). Deus proporcionou uma dupla páscoa para este povo, pois com o sangue do cordeiro passado na porta, os judeus passaram de uma eminente morte para a vida (foram SALVOS), e passaram da escravidão para a liberdade (foram LIBERTOS).
A SEGUNDA PÁSCOA
A segunda Páscoa, segundo os cristãos, tem relação direta com a primeira. Esta Páscoa trata de outro personagem: Jesus Cristo. Este Jesus não foi compreendido pela sua geração, pelo seu povo, que esperava um messias que montasse cavalos, pegasse em armas e liderasse um exército contra os romanos, que estavam dominando seu povo. Porém grandes multidões o seguiam, a fim de ouvir suas palavras, e levavam até Ele os doentes e endemoniados, os quais Ele curava e libertava. Os humildes lhe amavam, mas os líderes não.
Seu ministério entre os homens durou apenas três anos, quando ajuntaram-se os líderes religiosos de sua época e decidiram matá-lo. Mas vida de Jesus não teria tido sentido se não o levasse a morte, pois era necessário que se cumprisse sobre Ele as mais antigas profecias a respeito do Enviado de Deus.
Enfim, no terceiro dia depois de sua morte, passada a Páscoa judaica, a mãe de Jesus e uma amiga, foram até o túmulo onde Ele estaria. Porém, ao chegar lá, encontram o túmulo aberto, sem corpo nenhum po lá. Os guardas atirados no chão pareciam desmaiados. Conta a Bíblia que apareceram dois anjos a elas e disseram que Ele havia ressuscitado. Aí lembraram-se do que o próprio Jesus lhes dissera dias antes: “Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite.”
Depois disto Jesus apareceu aos discípulos e lhes ordenou que anunciassem este acontecimento ao mundo todo, para que as pessoas se arrependessem de seus pecados e cressem Nele, podendo, assim, virem a ser salvas.
PÁSCOA: PASSAGEM PARA A VIDA
Lembra da primeira Páscoa? Lembra que para terem liberdade e salvação tiveram que passar o sangue de um cordeiro puro na portas de suas casas? Para que tu sejas livre da escravidão do pecado, e possas sair para a Terra prometida que é a Vida Eterna, basta aceitares o Sangue derramado por Cristo e o passares na porta de teu CORAÇÃO.
Autor:
Dionísio Hatzenberger
Professor de História e Ensino Religioso