segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Dar e receber PERDÃO

Uma vida de perdão



Imagine comigo a seguinte situação: você é um agricultor, dono e uma pequena propriedade, com algumas vaquinhas, um pasto, umas árvores frutíferas e uma plantação de feijão.


À esquerda de sua propriedade havia um agricultor com uma propriedade bem menor. Não tinha gado, só uma plantação de milho, mas que era muito pequena, mal dava para o sustento de seus muitos filhos.


Á direita de suas terras há um grande fazendeiro. Donos de tratores, rebanhos numerosos, e que arrenda terras para muitas pessoas em sua propriedade. Realmente alguém muito rico.


Em um determinado ano aconteceu uma grande calamidade climática. No início do ano choveu mais e nos outros meses todos houve seca. A sua lavoura não vingou e suas vacas quase morreram sem pasto. O caso do vizinho da esquerda era pior ainda, seus filhos passavam fome. Apenas o visinho da direita, que possuía um sistema de irrigação estava com seus negócios indo de vento em popa.


Foi a ele que você decidiu recorrer. Pediu cinco mil emprestado para salvar as vacas e passar o resto do ano. Para não ficar só na promessa você assinou uma nota promissória no valor da dívida, comprometendo-se em pagar no ano seguinte.


Da mesma forma, seu vizinho da esquerda te pedir emprestado quinhentos reais, para que pudesse alimentar seus filhos. Você também o fez assinar uma promissória para pagar no ano seguinte.


Um ano se passou e você já estava bastante preocupado, pois a sua dívida estava para vencer e você ainda havia conseguido juntar nem ao menos uma parte do dinheiro. Se você não paga-la até amanhã, ele poderá pegar suas vacas como forma de pagamento, e daí sua situação ficará pior ainda.


Sua dívida venceu ontem, você ainda não a pagou. Esta noite você nem dormiu, pensando que iria perder suas vaquinhas, a maior fonte de renda da família. Quando aproximava-se do meio-dia, o vizinho rico te enviou um funcionário para te chamar, pois queria vê-lo.


Você foi ao encontro dele, certo de que iria perder suas queridas vaquinhas, porém ele te surpreender perdoando toda a sua dívida. Isto mesmo: ele te diz que decidiu por pura compaixão de sua situação, perdoar a dívida de cinco mil.


Você sai da casa dele muito contente, quase levitando, extremamente aliviado. E por falar em dívidas, você recorda que já venceu a dívida de seu vizinho pobre com você. São apenas quinhentos reais, mas são importantes para você, para o seu orçamento.


Então você vai na casa do vizinho pobre, da esquerda, e recorda ele da dívida, exigindo que ele te pague. Inclusive você o ameaça de tomar toda a sua produção de milho como forma de pagamento. Ele começa a chorar na sua frente. Faz menção de que sem o milho sua família morrerá de fome. E te pede mais um dia para tentar juntar o dinheiro. Você o dá só mais um dia.


No outro dia, bem cedo, o vizinho pobre vai até a casa do rico, lhe explica toda a situação e pede quinhentos reais emprestados para quitar a dívida contigo. O vizinho rico fica extremamente indignado, e após emprestar os quinhentos reais, manda seus funcionários chamarem a você, pedindo que traga consigo todas suas vacas.


Você pensa que ele quer te comprar as vacas, mas está enganado. Ele toma as suas vacas em traça da dívida dos cinco mil, e diz que mudou de ideia depois que percebeu que você não era digno de misericórdia, pois apesar de teres recebido um grande perdão, não conseguistes perdoar uma pequena dívida.


Esta história, na verdade, não é de minha autoria, eu apenas a adaptei a realidade de nossos dias. Ela serve para refletirmos a cerca de uma série de coisas em nossas vidas, e quando descobrimos que ela foi pensada e ensinada por Jesus Cristo, percebemos que possui um sentido espiritual profundo. (Mateus 18.23-35)





Uma dívida impagável


Jesus nos ensina que, naturalmente, por nossos pecados, somos devedores de Deus, temos uma dívida impagável, pois nossos pecados só poderiam ser pagos por um preço: a morte.


Como nos dia a Bíblia na Carta aos Romanos:


“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Rom. 3.23


e:


“O salário do pecado é a morte” Rom. 6.23


Mesmo que fossemos riquíssimos, nenhum valor em dinheiro poderia resgatar nossa alma, pagar por nosso perdão. Como diz o Salmo:


“Mas ninguém pode salvar a si mesmo, nem pagar a Deus o preço de sua vida, pois não há dinheiro que pague a vida de alguém, por mais dinheiro que a pessoa tenha.” Salmos 49.8-9


Por isso esta história é uma comparação fantástica: Deus é o grande fazendeiro, que por misericórdia, por favor não merecido – graça – decidiu entregar a Cristo para morrer em nosso lugar. Ou seja, Cristo pagou nossa dívida impagável. Ele não nos exige pagamento algum, nem nos cobra juros.


“Mas pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva” Rom 3.24 NTLH


Também, ao conhecermos melhor o bom e amoroso Deus, descobrimos que se o salário do pecado seria a morte, “o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que temos em união com Cristo Jesus, nosso Senhor.” Rom. 6.23b (NTLH)


Porém, este Deus é justo, e assim como o fazendeiro rico, Ele consigna seu perdão ao fato de também perdoarmos aos outros.


Isso mesmo, após alcançarmos a graça divina a única coisa que pode nos impedir de desfrutá-la é nossa própria inflexibilidade, nossa arrogância, por acharmo-nos na posição de negarmos perdão ao nosso próximo.


Pode parecer um princípio simples, mas geralmente é algo muito difícil perdoarmos alguém que nos causou algum mal, algum dano em nosso ego, machucou nossa alma, nos trouxe algum prejuízo, material ou não.


Para que você nunca esqueça a importância de perdoar, Jesus colocou este ensino na oração do Pai Nosso, lembre:


“Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam.” Mateus 5.1 (NTLH)


E após ensinar esta oração o mestre ainda completa:


“Porquê se vocês perdoarem as pessoas que ofenderam vocês, o Pai de vocês, que está no céu, também perdoará vocês. Mas se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês.” Mateus 6.14-15 (NTLH)


Deus não nos chama apenas para receber suas bênçãos, sua graça, seu amor. O que Deus espera de nós é que sigamos o seu exemplo e compartilhemos com os outros aquilo que recebemos de graça, mas que para Cristo teve um preço caríssimo: cada gota de seu sangue, derramado na cruz.




Uma cilada


Por isso a intenção do Inimigo de nossa alma – o diabo – é que não venhamos a perdoar, para que não sejamos perdoados por Deus.


Infelizmente, muitas pessoas caem nesta armadilha, carregam mágoas em seu coração como preciosas relíquias, tesouros de valor inestimável. Muitas tem com estima o sentimento de injustiça que sentem por terem sido ofendidos, machucados, maltratados. O fato é que carregar isso não ajuda em nada a pessoa a ser feliz ou a viver bem. E nem ao menos leva o que errou a arrepender-se.


Uma mágoa só prejudica a quem sente-se magoado, quem não perdoou. Pois quem ofendeu, muitas vezes nem sabe que o fez.


Quando o Senhor Jesus nos ensina a perdoar, ele está querendo nos ajudar a sermos livre de um grande peso desnecessário que carregamos quando guardamos a mágoa, o rancor, a indignação.


Ao perdoarmos alguém, nada nos garante que isto mudará ou terá qualquer efeito sobre aquela pessoa perdoada. Na verdade, para perdoarmos não precisamos nem saber se ela quer ser perdoada. Esta deve ser uma atitude nossa. Os mais beneficiados somos nós, pois recebemos paz interna e podemos contar com o perdão de Deus.


Lembre-se: Jesus nos perdoou antes mesmo de pedirmos, quando ainda vivíamos como ovelhas desgarradas.


Nesta nova vida que te convidamos a experimentar, ocupe seu tempo perdoando, amando e sendo uma bênção na vida de seus familiares, amigos, colegas e todos que te cercam. Jesus fez isso por você!



Por Dionísio Hatzenberger


Professor

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